http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/196623/MST-amplia-a-press%C3%A3o-sobre-o-governo-Dilma.htm
http://www.mst.org.br/
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142001000300016
terça-feira, 22 de setembro de 2015
O MST tem razão
Por Rubens da Silva Castro e Jorge Gregório da Silva,
professores da Faced/Ufam.
O objetivo deste artigo é refletir acerca dos últimos
acontecimentos relacionados às escolas do MST que é, sem dúvida alguma, o
movimento mais politizado deste País. Na realidade, querem destruir um projeto
educativo que vem dando certo, do ponto de vista daqueles indivíduos que vivem
em assentamentos.
Entendemos que foi uma grande injustiça desautorizar o
funcionamento de uma proposta educativa simplesmente porque os autores dela não
aceitam a política educacional do governo, imposta a todas as escolas
brasileiras. Será que os operadores do direito não sabem que nem a Constituição
de 1988 e nem a LDB de 1996 obrigam matricular crianças nas escolas mantidas
pela poder público? Será que os especialistas na área de direito não sabem o
que a Constituição e a LDB garantem é apenas a gratuidade e a liberdade de
ensino? Se não sabem, é bom estudar mais a parte que trata da educação nesses
instrumentos jurídicos. Pela leitura que fizemos da proposta educativa do MST,
não temos dúvida em afirmar que é a única que está em sintonia com os objetivos
consubstanciados na Constituição de 1988 que, em seu artigo 205, declara “a
educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da
pessoa, e seu preparo para o exercício da cidadania”.
Como se vê, as escolas do
MST seguem as orientações da Carta Magna no sentido de preparar o cidadão e não
o deficiente cívico. É um projeto que impressiona a qualquer pessoa que
pretende conhecê-lo, haja vista a organização do trabalho pedagógico que lá se
realiza. Criaram um projeto para a formação de seus próprios educadores, o
Instituto de Educação Josué de Castro, e seus materiais pedagógicos são
fundamentados na pedagogia freiriana e do pensador Makarenko, fundador da
pedagogia marxista. Os conteúdos das disciplinas tanto do ensino fundamental
quanto do médio são formativos e socialmente úteis para os interesses das
classes expropriadas. As questões da realidade são consideradas como ponto de
partida para o aprendizado dos alunos, porque são elas que conduzem à
construção do conhecimento. Segundo alguns educadores do MST, as crianças que
passam pela escola do Movimento são ótimos alunos quando vão estudar na cidade.
“Dão um pouco mais de trabalho para os professores, pois questionam, debatem,
mas tiram de letra as matérias da escola tradicional. Em síntese, podemos afirmar
que o MST tem, como compromisso e que não é objetivo das escolas sustentadas
pelo Poder Público, desenvolver a consciência de classe e a consciência
revolucionária.
É um modelo de educação cuja preocupação não é preparar o aluno
para o mercado de trabalho e ingressar na universidade, mas sim desenvolver uma
educação para a cidadania no sentido de fortalecer e aprimorar a democracia. O
que a justiça deveria fazer e não tem coragem é proibir a exibição de programas
que desagregam as famílias, sem conteúdos formativos e que levam as pessoas à
alienação. Como exemplo citamos o Big Brother. A proibição desse tipo de
programa não fere os princípios democráticos. O que fere os princípios
democráticos é confundir liberdade com licenciosidade e democracia com bagunça.
Copiamos tudo o que não presta do países do primeiro mundo e o que presta, como
saúde, educação, salário e segurança, ficam por lá
Desde o inicio
de nossa colonização a distribuição de terras se configura desigual e a
concentração nas mãos de uma pequena parcela detentora de maior poder
aquisitivo. A primeira divisão de terras se deu pelas capitanias hereditárias,
que consistia na divisão do território brasileiro em grandes faixas que eram
posteriormente entregues para nobres que tinham relação com a nobreza.
Mesmo após o
fim desse sistema de administração territorial, as terras não se distribuem de
força a beneficiar outras classes senão a nobreza, persistindo concentrada em
suas mãos.
Na década de
80, deu-se início à organização MST enquanto movimento social, e atualmente
perpassa 24 estados brasileiros. O contexto histórico de seu fundamento diz
respeito ao final do regime militar na década de 60, permitindo à sociedade
civil brasileira um espaço para debates, reivindicações, questionamentos e
manifestações.
O MST é um
movimento com objetivo de promover reforma agrária e engloba também em sua
causa incitar inclusão.
Se por um lado,
a luta é filantrópica, por outro os meios que alguns de seus componentes usam
para possuir as terras podem não ser tão louváveis assim.
Alguns dos
seus, usam como instrumento a violência, incêndios e promovem invasões à
propriedades, que segundo o Estado, são produtivas. Casos que deixam uma nódoa
num movimento cujas principais objetivo é a igualdade social, erradicação da
miséria, garantir direitos ao trabalhador rural e defender sua dignidade.
Bárbara Mota
MST e antiga busca por justiça
Desde que era
colônia, o Brasil tem níveis altíssimos de desigualdade, inclusive na divisão
de terras. Portugueses eram mandados para cá e recebiam grandes pedaços de
terra, doadas por quem se considerava dono dessas.
E ainda hoje
sofremos com os latifundiários que vem desde essa época. Atualmente 40% das
grandes propriedades são improdutivas, o que faz delas aptas a sofrerem reforma
agrária.
Contudo não é
bem assim que funciona, vivemos em um país onde favores coordenam a política,
como são ricos e poderosos e a maioria políticos não é vantajoso contrariar os
latifundiários e assim não são vigoradas leis que protejam quem não tem nada.
E por esses
motivos surge um dos mais importantes movimentos sociais do Brasil o MST, que além de lutar pela reforma
agrária, luta também pelo trabalhador no campo. Essa luta tem valido a pena,
segundo o INCRA, em 2010 mais de 924.000 famílias haviam sido assentadas, porém
mais de 90.000 famílias ainda esperam em acampamentos, o que é um número
considerável.
Mesmo com conquistas
admiráveis, o movimento é alvo de polêmicas, pois é muitas vezes acusado de
invadir através de violência propriedades consideradas produtivas, o que é
crime, mas não se pode esquece ações militares e também agem com tal violência
(muitas vezes pior), mas que não são mostradas.
Esse é um dos
motivos do movimento ser pouco compreendido e muito julgado, porque são vistos
várias vezes como preguiçosos que querem se apropriar de terras de outros, quando
na verdade buscam uma forma de sobreviver. Para isso procuram terras não
utilizadas para produzirem.
Isso é o que o
MST busca e sabemos que a
reforma agrária é um dos inúmeros passos que devem ser tomados no Brasil para
acabar com a miséria e a desigualdade.
Ana Carolina Garajau
Charges sobre o MST
MST luta para que os assassinos de trabalhadores rurais
sejam punidos e defende a cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR) o qual
seria revertido para a continuação da Reforma Agrária.
Brasil prevaleceu historicamente uma desigualdade do
acesso a terra, consequência direta de uma organização social patrimonialista e
patriarcal ao longo de séculos, predominando o grande latifúndio como sinônimo
de poder. Desta forma, dada à concentração fundiária, as camadas menos
favorecidas como escravos, ex-escravos ou homens livres de classes menos
abastadas teriam maiores dificuldades à posse da terra.
Pelo fato da não realização da reforma agrária, por meio
das ocupações, os sem terra intensificam a luta, impondo ao governo a realização
de uma política de assentamentos rurais.
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